Os sintomas da
Esclerose Múltipla surgiram em 2008, quando percebi inicialmente algumas
sensações de alteração de sensibilidade no braço e formigamentos pelo corpo,
que evoluíram rapidamente para parestesias, lhermite e um princípio de
perda de visão. Assim como na maioria dos casos, por ser uma doença que pode
manifestar qualquer sintoma neurológico, fechar o diagnóstico não foi fácil.
Desde o início da jornada, termo "Esclerose
Múltipla" sempre fez parte das consultas médicas desde; os médicos diziam:
"pode ser esclerose múltipla, mas temos que avaliar e esperar por mais
tempo para fechar o diagnóstico". Por falta de informação, eu pensava que
era uma doença que causava esquecimento em pessoas mais idosas, entretanto ao
pesquisar sobre a doença descobri que era uma enfermidade desencadeada em
pessoas jovens e acontece quando nosso sistema imunológico, que tem a função de
nos defender, em determinado momento inicia uma agressão à bainha de mielina
(substância que reveste uma parte responsável pela condução impulsos elétricos
entre o corpo celular e outras regiões do organismo) causando múltiplas inflamações
que podem provocar diversos sintomas, devido à dificuldade ou bloqueio na
transmissão dos impulsos nervosos.
Enfim, quando eu tive o diagnóstico confirmado, já
sabia da gravidade da doença e, entre vários medos e projeções pessimistas do
futuro, logo pensei que poderia perder uma parte importante da minha vida: o
surfe. Para mim, o surfe é mais do que um esporte; o considero uma grande
ferramenta de meditação ativa para uma conexão com algo maior.
Mesmo assim eu fui à luta: no período de um ano tive
que ir ao hospital mais de vinte vezes tomar doses de solumedrol
(pulsoterapia), para conter as inflamações nas lesões que insistiam em
aparecer. Em paralelo com as pulsoterapias, tomava diariamente aplicações
injetáveis de acetato de glatirâmer (Copaxone) sempre com muita dor e efeitos
colaterais. Até aquele momento, eram as únicas armas que eu tinha e foi muito
difícil perceber e aceitar que minhas armas, apesar de parecerem fortes com
seus fabricantes renomados e injeções impecáveis, eram muito fracas contra a
minha doença. Eu continuei com a doença evoluindo e ganhei de brinde a dor das
aplicações com seus efeitos colaterais.
Confesso que já tinha aceitado o meu destino e estava
me conformando com o que estava por vir, mas junto comigo havia uma pessoa que
jamais se conformaria com essa situação. O nome dela é Neusa Palma, minha
abençoada mãe, em sua busca incansável por alguma solução, garimpando pela internet
algo que pudesse me ajudar encontrou uma entrevista de um médico neurologista
chamado Prof. Dr. Cicero Galli Coimbra.
Marcamos uma consulta com o médico em 2009. Ninguém da
minha família sabia que protocolo de tratamento ele utilizava e eu, inclusive,
fui resistente em ir na consulta; imaginava que se houvesse algum outro
recurso, eu já saberia! Eu estava há um ano, consultando com diversos
especialisatas renomados, na trajetória em busca de alguma solução. A primeira
consulta com o Dr Cicero foi muito longa e no final, depois de apresentar todas
as informações e evidências científicas sobre o efeito da Vitamina D como um
potente imunomodulador, ele me falou uma frase que jamais vou esquecer:
"Marcelo, daqui a seis meses você não vai nem se lembrar que teve
esclerose múltipla. Será uma página virada na sua vida". Na hora, não sabia se acreditava plenamente nisso, mas hoje sinto na pele essa realidade! Vida melhor do que a normal.
Em poucos dias
parei com o copaxone e a partir de então vi meus principais sintomas indo
embora gradativamente até desaparecerem. Nunca mais tive nenhuma manifestação
da doença, nenhum sintoma ou nova lesão em ressonância magnética.
Recebi a minha vida de volta! Voltei a praticar o
surfe, trabalhar, planejar……
Faz cinco anos que faço o tratamento com Vitamina D e
posso dizer que foram anos com muita saúde, atividade física, trabalho e muito
surfe, inclusive com duas viagens para Indonésia para deslizar nas ondas que
sempre sonhei. Vou contar sobre as viagens aqui no blog!
Assim como eu, são milhares
de portadores que vivem com qualidade de vida graças a este tratamento. Vamos utilizer
o espaço deste blog para contar histórias, publicar estudos científicos, além
de ser um campo aberto para trocas de contato entre pessoas interessadas.
Hoje em dia, só me escondo do sol quando estou dentro de um tubo…..!!!
É um prazer poder
compartilhar o meu depoimento. Que essa experiência possa trazer uma luz de
esperança para muitas famílias.